+ 14/09/1983 * 23/07/2011
Parafraseando Renato Russo, "os bons morrem jovens", infelizmente não tão bons para se cuidar.
Às vezes a sensibilidade se torna uma armadilha. A realidade se torna penosa, e a criatura se protege nos amortecedores que levam à autodestruição. Isto não os faz melhores nem piores apenas mais suscetiveis ao fim precoce.
Amy passou como um Flash, com sua voz de sereia encantadora denunciando a força e o peso de uma realidade cruel.
Quem se tornou orfão de Janis Joplin reencontrou em Amy uma força vocal viva de mulher liberta e dona de sua vida, um vulcão vocal encantando quem se permitia ser encantado.
A Voz Suprema, Poderosa, Suave, Melodica e Vigorosa e visceral se cala.
O mundo não sabe amar seus filhos diletos e essas criaturas não dão conta deste mundinho tolo exigente.
Amy foi a celebração musical, produto esplêndido da natureza em forma de carne e osso, mas a perfeição se desfaz e vira pó.
Fica a lembrança em forma de herança para a humanidade eternizada em memória.
O peso de seu poder musical a dilacerou. Ela sucumbe frágil e delicada como muitos outros espalhados pelo mundo.
Adeus Amy, e obrigado é a minha homenagem póstuma, como anônimo, a esse ícone da modernidade.
E fica o alerta para que pessoas tão sensíveis não se percam neste labirinto: Criem resistência para não sucumbir às armadilhas do imaginário. Seres humanos, ícones ou não, precisam se fortalecer para não sucumbir à ilusão da realidade humana.
Obs. a foto é registro do dia em que apresentou ao mundo seus novos e eloquentes seios devidamente siliconados.